terça-feira, 6 de outubro de 2009


E Erik estava largado, chorando e gemendo na poltrona.
— Ah! Não vou morrer ainda... tão logo... mas deixe-me chorar! — disse ele ao Persa.
Ao fim de um momento, o homem da máscara retomou:
— Escute, daroga... escute bem isto... enquanto eu estava aos seus pés... ouvi-a dizer: “Pobre infeliz Erik!.. “. Eu fiquei assim... você compreende, nada mais do que um pobre cão prestes a morrer por ela... como lhe digo, daroga! Imagine que eu tinha na mão um anel, um anel de ouro que eu lhe dera... que ela tinha perdido... que eu achei... uma aliança, enfim!... Passei o anel para a mãozinha dela e disse: Tome!... Pegue isso!... pegue isso para você... e para ele... Será o meu presente de núpcias... o presente do pobre infeliz Erik... Sei que você o ama, aquele rapaz... não chore mais!... Ela me perguntou com voz bem suave o que eu queria dizer; então fiz que ela compreendesse, e ela compreendeu imediatamente que eu não era para ela mais do que um pobre cãozinho pronto para morrer... mas que ela poderia casar-se com o rapaz quando quisesse, porque tinha chorado comigo... Ah! daroga... você está pensando... que... quando eu lhe dizia isso, era como se eu cortasse devagarinho o meu coração em quatro, mas ela tinha chorado comigo... ela tinha dito: ‘“Pobre infeliz Erik!... “.
A emoção de Erik era tamanha que teve de avisar o Persa que não olhasse para ele, pois estava sufocando e precisava tirar a máscara. A respeito disso, o Persa me contou que tinha ido até a janela e que a tinha aberto, com o coração pesado de piedade, mas tomando grande cuidado de fixar o topo das árvores do jardim das Tulherias para não encontrar o rosto do monstro.
— Eu fui libertar o jovem — continuou Erik — e disse-lhe que me seguisse até junto de Christine... Eles se beijaram na minha frente no quarto Louis Phillipe... Christine estava com o meu anel... Fiz Christine jurar que, quando eu morresse, ela viria uma noite, passando pelo lago da rua Scribe, para me enterrar em grande segredo com o anel de ouro que ela traria consigo até esse momento... disse-lhe como ela encontraria o meu corpo e o que era preciso fazer com ele... Então Christine me beijou, por sua vez, aqui na testa, pela primeira vez... (não olhe, daroga!) aqui, na testa... na minha testa!... (não olhe, daroga!) e foram embora, os dois...
Christine já não estava mais chorando... só eu estava chorando... daroga, daroga... se Christine cumprir o juramento, voltará logo!...


Segunda

Dia 12


Veronika decide morrer

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