Gritos da Liberdade

sábado, 26 de setembro de 2009


Em 6 de janeiro de 1944, Rokitno Caili.
Em 27 de janeiro foi a vez de Revno e, no dia seguinte, de Lutsk
No outono daquele ano, o exercito alemão começou a se retirar do ‘Front” Oriental.



Sofia -
A mala no porta bagagem longe da cadeira...
Para ter como escapar o conteúdo dela seja descoberto.
Me pergunto quantas vezes já levei panfletos a outras cidades dessa maneira...
Para evitar que eles possam descobrir onde moramos.


A palavra escrita no panfleto é “Liberdade”
Enquanto repito para mim mesma que tempos assim devem acabar logo.

.

.

Sofia entre no trem, procurou um lugar para se sentar, achou o mais tranqüilo e afastado de outras pessoas, era confortável as poltronas do trem. Estava dia frio, ela usava sobretudo, botas e meia.
Levava consigo o que o governo nazista não tolerava de seus cidadãos. Isso para os nazistas eram traição a pátria.

Encostou-se no braço da poltrona, ao lado da janela e descansou a sua cabeça, fechou os olhos.

.

.

Os aliados, no dia 6 de junho de 1944 chegaram a Normandia, abrindo o segundo ‘Front Europeu’.
Em agosto, Paris foi libertada e, sem setembro o exercito alemão começou a se retirar do ‘Front’ Oriental...
Mas Alex ainda não tinha voltado...

.

.

Pegadas

.

.

Noite
- Já cheguei! Grita Sofia ao passar pela porta de uma republica de estudantes.
- Bem-vinda Sofia, como foi? – perguntou um estudante loiro que usava óculos.
Como sempre dividi os panfletos e os coloquei em diversas cartas de correio. Disse ela
- ótimo, conseguimos mais uma vez. – disse outro estudante que estava sentado e escrevia novos conteúdos para os panfletos – Sofia se afastou, e foi para outra parte da casa, encontrou a porta entre aberta, abriu devagar, viu alguém sentado numa cadeira e com a cabeça deitada na mesa, em cima vários papeis escritos.
- Marx? Marx... chamava baixinho o irmão.

.

.

O que será que meu irmão viu no ‘Front’...
Desde que voltou, alugou um pequeno quarto e começou a escrever folhetos quase sem dormir. Eu e alguns companheiros nos encarregamos de distrubuí-los.

Ele já ta trabalhando no próximo panfleto... – disse Sofia pra si mesma ao pegar um folheto que Marx escreveu e lê

.

Em nome de todo povo alemão, nós pedimos a Adolf Hitler e ao Estado...
Que restituam a liberdade pessoal, ideal supremo de todos os alemães”.
Olhemos pela janela
Esta cidade sufocada de cruzes enganchadas..
É realmente nossa?

.

Sofia ao terminar de ler, olhou pela janela, varias bandeiras nazistas tremulavam, o vento frio da noite, ali era a marca da dor, da angustia, da falta de liberdade, do ódio, desespero humano, aquelas bandeiras e aquele símbolo, a suática que outrora representara a liberdade, o social, humanidade, bondade, paz, esse símbolo de religiões pagãs que pregavam o amor pela humanidade, se tornara o símbolo do terror, tragédias, massacres – se tornou assim como a cruz de um judeu que morreu na cruz, a suática se tornou o símbolo de que homem tem de pior.

.

.

.

. >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

.

Querido, chegou mais um... disse a mãe de Sofia para o marido.
Ele estava sentado diante da mesa, lendo jornal e tomando café – sua cara de preocupação, um rosto enrugado, cabelos já caindo, e o bigode que era sua marca de um bom pai de família alemão.
- mais um desses panfletos? Este é o terceiro, talvez o quarto – disse ele ao observa sem ler o panfleto.
Sofia aparece e observa, desfaça ao tocar seus dedos nas rosas estavam numa jarra na sala, acariciando a flor.
O pai então leu de voz alta o panfleto.

.

.

“ A todo o povo alemão, o nosso país cometeu erros graves após a derrota de Stalingrado, o governo nazista convenceu mais de trezentos mil dos nossos patriotas a morrerem inutilmente, sem assumir a responsabilidade, qual é o sentido de sacrificar mais jovens alemães?”

.

Sofia olha para o pai com a expressão preocupada e triste.
- O que o senhor acha desse panfleto papai? Eu acho que ele diz a verdade - Perguntou ela
- Humm...
Não acho que diga nada de errado, mas é uma ação perigosa demais... disse o pai encarando a filha sem descomfiar.
Batem na porta, os três olham para a porta, a mãe vai com passos lento e abre
Oh, é a Senhora do andar de cima...
- a senhora viu esse panfleto? Perguntou a senhora gorda, aparentava ter 75 anos.
Também chegou para você – perguntou a mãe de Sofia
É uma pouca vergonha...! não deveriam existir pessoas que insultam o Führer depois que ele resolveu a pobreza causada pela guerra anterior... disse a Senhora com voz alterada e irritada
Seus filhos não estão envolvidos nesse fato? Pergunto ainda mais agressiva

.

O que a Senhora está insinuando? Disse a mãe de Sofia irritada e assustada
Bem, uma vez eles já foram levados pela gestapo, não é verdade? – disse a Senhora
Meus filhos não fizeram nada! Gritou a mãe e bateu e fechou a porta na cara da Senhora.
O pai ficou em silencio olhando o que aconteceu
Se virou para Sofia, que encarava do mesmo modo a mãe irritada!
Você e Marx não estão envolvidos nisso, não é? Pergunto o pai com a voz firme, mas não demonstrando irritação
Sofia o encarou por alguns segundos e com a voz quase sussurrando disse não...
O pai abaixa a cabeça e se afasta e senta no sofá.

.

.

.

. >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>


Pelo crime de ter divulgado uma noticia publicada nos jornais estrangeiros que anunciava a nossa provável derrota... um ex-oficial da SS, o General da brigada Heugel, foi fuzilado.
Trabalhe para que incidentes vergonhosos como esse não se repitam e agora seguimos em frente...
Disse o Major da SS para Alex que estava sentado diante dele, se apresentando como um oficial da SS.
Recentemente estão sendo distribuídos panfletos que insultam o partido e o Füher...
A distribuição deles envolve uma área ampla demais e imaginamos que seja operada por uma organização ramificada.
Então montaremos um esquadrão especial...
Para banir esses criminosos.
- Major – Chamou Henlein
- Sim
Esmiucei as investigações sobre grupos subversivos que foram capturados no passado, mas não obtive resultados, agora manterei o foco nos cidadãos sem precedentes penais, em particular os estudantes que tem opinião negativa sobre o governo... Os outros membros do esquadrão são Julias bergs, Hans Stein ... e o chefe sou, Henlein Von Rassel. Seremos quinze ao todo. O meu ajudante direto será Alex Leber

.

Alex ficou em silencio e confirmou com a cabeça, sem entusiasmo, o seu rosto, cada vez mais era degradante, demonstrava uma tristeza profunda.

.

.

.

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

Estrondos, oficiais aparecem de repente surpreendendo os estudantes
Saiam, gritava uma voz, dois homens aparecem carregando um rapaz – Maldito traidor – disse um deles
Eu não sei de nada, eu juro – gritava o estudante
Dizem que você colabora com um grupo que se opõe ao regime.
Alguém te denunciou! Diz o oficial para o jovem

.

Sofia e Yuri estavam escondidos observando tudo.
- Até aqui estão controlando todos os carteiros, como será que a vigilância ficou assim tão severa? Vamos voltar Sofia, é melhor avisar o Marx. Disse Yuri
Sim – confirmou Sofia
.

Entregue esse documento no quartel general, depressa Alex! Gritou o oficial
- Sim!
Yuri! Pára de repente
Hã?
E percebe que Sofia ficou onde estava, olhando para os oficiais

Alex então se vira!

.

E se espanta!
Sofia?
Ela sai de onde estava escondida, os dois se olham.



Continua



Não perna no próximo sabado

O penultimo episódio da Série

Gritos da liberdade, aqui no blog OIFTV



1 comentários:

Maria Terezinha(TE) disse...

Será que o Alex vai mudar de lado?

;

Gente que faz o OIFTV:

Felipe Silva -Administrador geral do Blog

Rafael Zimbrão - Autor de Webs series e Webs novelas

Paulo Victor Alexandre - Colunista