Gritos da Liberdade

sábado, 12 de setembro de 2009

Capitulo Anterior
- Cão imundo de Hitler – gritou em ofensa o soldado russo.
Aproximou mais um pouco de Alex, e apontou o fuzil – Alex o encarava e o soldado olhou fixo e apertou o gatilho!


Capitulo 8


Clack, Clack
Droga! Acabaram as balas! - Gritou irritado o soldado russo.

O pavor nos olhos
O homem em sua direção apontando um fuzil



Quem é aquele?
Ele está gritando.
É um inimigo?
É um judeu?

Por que está tentando me matar?



Seus olhos não sabiam onde parar, o homem, o seu algoz estava diante, suas mãos não tinha controle, pensou que fosse o seu fim, o fim trágico de um rapaz de vinte anos, um rapaz que há algum tempo antes, tinha perdido a vontade de viver, vivia por viver, como muitos homens que apenas existem. Apertou o gatilho e um estrondo saia de sua arma, um estrondo, o homem que estava diante dele, aquele soldado russo que tava ali pra morrer ou matar, aquele soldado que também deveria ter seus sonhos, seus ideais, tava lutando por algo que realmente acreditava? Estava sendo forçado a lutar? Aquele soldado que não sabe o nome desabara diante dele. Alex atirou em seu peito, o sangue espirrou seu sangue em seu uniforme... Ele parou diante do corpo estirado, olhou para o soldado russo. Virou para o outro lado e viu o corpo de Lins também estirado no chão, ao lado da criança judia morta e da boneca que supostamente seria da criança. Encostou-se junto do corpo dele, pegou sua cabeça, pois em seu colo, seus olhos estavam abertos, medo, pavor, indignação... Só sabia que o amigo morreu de desgosto da humanidade e talvez morreu com raiva dele, por que sabia que poderia se tornar um monstro como aqueles que mataram esses judeus, essa criança, que destruiu essa boneca. Levou a mão ao rosto de Lins e fechou os olhos, e devolveu seu corpo a neve.


Um soldado alemão! Gritou outro soldado russo
Apontou o fuzil e disparou na direção ao soldado, este caiu no chão de repente.

Eu o matei?
Não, de novo não!
Um, dois... sete.
Estão chegando depressa...
Para me matar com seus fuzis.

Quem são aqueles?
Não sabem que há debaixo da neve?
Aqueles que agora jazem soterrados eram homens...
Mas será que eram mesmo?
Talvez não tenham dado nem mesmo um grito.

Aqueles que estão correndo por cima dos cadáveres... São eles os homens?





Viu os soldados se aproximarem, sua boca estava tremendo, não sabia se era de frio ou pavor, mas sabia que se encontrava de frente com a morte, e tinha ciência disso. Era o seu fim, e ele não reclamava por isso, seu rosto tinha sangue que não eram dele, tinha o sangue de Lins, tinha o sangue dos soldados, a face suja de sangue, de sangue humano. Ajoelhou-se e olhou em suas mãos, olhou para o fuzil e olhou ao redor, viu corpos, juntos, um massacre humano. Estavam nus, eram homens, mulheres e crianças, era ser humanos...

E eu... Eu sou um ser humano? Ele chorou e largou o fuzil na neve e deixou o seu corpo cair no chão de felo, estava deitado e esperou que a morte viesse, ele não resistiria.





Em 31 de janeiro de 1943
O general Paulus da Sexta Armada se rendeu ao exercito soviético.
Assim encerraram-se os combates em Stalingrado.

Duzentos e cinqüenta mil soldados alemães morreram em batalha ou como prisioneiros.
Foi uma grande derrota para a Alemanha



Dezembro de 1943.
A polônia está sob ocupação da Alemanha.



Um batalhão de soldados instalados, muitos caminhões de guerra.

Merda! Ta um frio do cão! Reclamou um soldado
- Temos que passar o natal num posto como esse? Perguntou outro soldado tremendo de frio.

Os membros companhia estudantil se reúnem nessa parte!
- Vocês, onde vocês se inscreveram? Perguntou o oficial
Hoffendorf! Vocês fazem parte da décima – primeira divisão, o abrigo de vocês é numero 3
Apresentem-se daqui uma hora ao general da divisão.

Hoffendor balançou a cabeça afirmativamente
Virou para o lado – Ei, Marx! Dizem que aquele rapaz subtenente sobreviveu à batalha de Stalingrado.

Marx se vira e olha para o amigo. Com a expressão vazia
- Oh, que sortudo! Disse demonstrando desinteresse com a notícia.

Por tanto, eu peço que a deixem a área limpa não só das tropas russas, mas também dos guerrilheiros. Matem todos, qualquer um que cruze o caminho, sejam homens ou animais. – discursava o general nazista num palco, em volta vários soldados.


Marx se aproxima, ouve as instruções com a cara infeliz, olha em volta e vê um rosto diferente naquela divisão se aproximando para ouvir o discurso, cabeça baixa. Se aproxima e fica ao lado – Subtenente, o senhor também pertence a essa divisão? Perguntou Marx
- Sim! Respondeu
Soube que você é um sobrevivente da batalha de Stalingrado.
- como foi àquela batalha em...
Alex! – disse antes de Marx completar a frase
Como? Perguntou Marx
- Não gosto de ser chamado pela minha patente, meu nome é Alex Leber.
Marx levou a mão no queixo e com um riso com os lábios fechados, estudou o rosto cabisbaixo de Alex, estava com a cara séria. – hum... Mas como nós estamos no exercito...


O EXITO DESSA GUERRA DEPENDE DE VOCÊS!
PELO PRESENTE E PELO FUTURO DA ALEMANHA!
HEIL HITLER!
Gritou o general no discurso, e os soldados gritaram com a saudação Heil Hitler que quer dizer Viva Hitler, A Hitler.


Somos só médicos assistentes e nos mandam fazer reconhecimento! Mas não se vê nada diferente, pois é aqui só tem uma planície coberta de gelo. Disse Marx seguindo o caminho junto com seu amigo de faculdade Yuri que também servia ao exercito.

La para baixo já é a Rússia. Disse apontando o dedo
Se virou para Yuri – você gostaria de ultrapassar aquele limite, não é, Yuri? Foi lá que sua mãe nasceu.
- No momento é impossível – respondeu Yuri
Voltou-se para Marx – Mas, quando esta guerra acabar, quero ir pra lá. Disse rindo
Marx se afastou caminhando para a frente deixando Yuri para trás.
- A guerra acabará com a derrota da Alemanha. Você sabe o quanto a linha de frente já recuou nesses últimos meses? Os únicos que não parecem ver isso são os chefes do partido de Hitler – disse Marx

Olhou para frente observando alguma coisa para ver
- alem disso falta força para a Alemanha. Esta guerra acabou com a batalha de Stalingrado. – completou Marx
Marx, não diz essas coisas em publico, se alguém de denunciar para os superiores... – dizia Yuri chegando ao lado de Marx
Marx olhou mais para a frente, franziu os olhos – Ei, o que é aquilo? Alguma coisa está queimando! Gritou Marx.

Marx e Yuri chegam correndo na base militar
Subtenente, o que está acontecendo lá? Perguntou Marx com a voz desesperada.
- Parece que alguns camponeses deram abrigo a judeus. Uma outra divisão está se ocupando da organização deles. Disse de costa para Marx, a voz sem emoção, fria.
- Organização?! Arregalou os olhos Marx
- mas são apenas camponeses!
Se forem os guerrilheiros russos... Amanhã nós é que morremos.
Vocês são da companhia estudantil. Quem tem um lugar para voltar pensa apenas em sobreviver – disse Alex desviando a cabeça para o lado e os visse.



Subtenente! Chamou um soldado aparecendo de repente entre eles.
- o tenente quer que o senhor se apresente! Houve uma rebelião de poloneses em uma vila aqui.

Como de costume Alex, o Subtenente, verifica na base as informações recebidas sobre os lugares, pega as armas para ir organizar-los.

A casa é aquela! Tem guardas... disse um soldado para Alex, que apenas observa a casa que tinham os rebeldes Poloneses.
- caramba, a nossa repartição mais avançada foi derrotada?! Disse outro soldado

Vamos atirar em rajadas, não tenham piedade! Fiquem em posição! Ordenou Alex. Fixou os olhos na casa. Alguns segundos em silencio.
E com a voz ecoando – nunca pensou que um dia diria uma coisa dessas, nunca pensou... ele fixou os olhos, baixou a cabeça, não tinha mais volta, Lins se estivesse vendo isso, o odiaria por ter se tornado mais um monstro – pensou
Fixou os olhos novamente, afastou qualquer emoção, apontou seu fuzil
E com a voz ecoando gritou...
FOGO!

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