"O Fantasma da Ópera": 9° Capitulo

segunda-feira, 17 de agosto de 2009


Capitulo 9
Adaptado do livro Fantasma da Opera
Por Rafael Zimbrão



O conde estimava que, na idade de Raoul, não se é totalmente ajuizado. Era um caráter equilibrado, o de Philippe, ponderado tanto em seus trabalhos como em seus prazeres, sempre de uma postura perfeita, incapaz de dar ao irmão um mau exemplo. Levou-o consigo por toda parte. Fê-lo até conhecer o pavilhão da dança. Bem sei que andavam dizendo que o conde "se dava extremamente bem" com Sorelli. Mas o quê! Alguém pode querer fazer um crime do fato de esse gentil-homem, que escolheu ficar solteiro e, por conseguinte, tinha bastantes lazeres diante de si, principalmente depois que as irmãs tinham-se casado, vir passar uma hora ou duas, depois do jantar, na companhia de uma bailarina que, evidentemente, não é lá muito espiritual, mas tinha os mais lindos olhos do mundo? E, além disso, há lugares onde um verdadeiro parisiense, quando ocupa a posição do conde de Chagny, deve aparecer e, nessa época, o pavilhão da dança da Ópera era um desse lugares.
Finalmente, talvez Philippe não tivesse conduzido o irmão aos bastidores da Academia Nacional de Música se ele não tivesse sido o primeiro, por repetidas vezes, a pedir-lhe que o fizesse, com uma gentil obstinação de que o conde se lembraria mais tarde.
Philippe, depois de ter aplaudido a Christine Daaé naquela noite, voltara-se para o lado de Raoul e o vira tão pálido que ficou assustado.
— Você não está vendo — disse Raoul — que essa mulher está se sentindo mal?
De fato, no palco tiveram de segurar Christine Daaé.
— É você que vai desmaiar... — disse o conde inclinando-se para Raoul. — O que é que você tem?
Mas Raoul já estava de pé.
— Vamos — disse ele com voz trêmula.
— Aonde você quer ir, Raoul? — interrogou o conde, admirado com a emoção em que se encontrava o caçula.
— Ora, vamos ver! É a primeira vez que ela canta assim!
O conde olhou curiosa e fixamente para o irmão e um leve sorriso brincalhão delineou-se no canto de seus lábios.
— Bah!... — exclamou, para logo acrescentar: — Vamos! Vamos!
Ele parecia encantado.
Logo chegaram à entrada dos assinantes, já toda congestionada. Enquanto esperavam para poder entrar no palco, Raoul rasgava as suas luvas, num gesto inconsciente. Philippe, que era bom, não zombou da sua impaciência. Mas ele já estava sabendo. Agora sabia por que Raoul permanecia distraído quando falava com ele e também por que parecia sentir tão grande prazer em levar todos os assuntos das conversas para a Ópera.
Penetraram ambos sobre o tablado.

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