"O Fantasma da Ópera" - 6° Capitulo

quarta-feira, 12 de agosto de 2009



Capitulo 6
Adaptado do livro Fantasma da Opera
Por Rafael Zimbrão



Que infelicidade! — exclamou. — Que infelicidade!
— O quê? O quê?
— Joseph Buquet...
— Joseph Buquet o quê?
— Joseph Buquet morreu!
O camarim se encheu de exclamações, de protestos, de assustados pedidos de explicações...
— Sim... acabaram de encontrá-lo enforcado no terceiro patamar abaixo do palco!... Mas o mais terrível — continuou, ofegante, a pobre e honorável senhora —, o mais terrível é que os maquinistas que encontraram o corpo afirmam que se ouvia em torno do cadáver algo como o canto dos mortos!
— Foi o fantasma! — deixou escapar, como sem querer, a pequena Giry, mas caiu em si imediatamente: — Não!... não!... eu não disse nada!... não disse nada!...
Ao redor dela, todas as suas companheiras, aterrorizadas, repetiam em voz baixa:
— Com certeza! Foi o fantasma!... Sorelli estava pálida...
— Nunca vou poder dizer o meu elogio — disse.
A mãe de Jammes deu a sua opinião esvaziando um cálice de licor que andava ali pela mesa: devia ter algum fantasma lá embaixo...
A verdade é que nunca se ficou sabendo direito como morreu Joseph Buquet. A perícia, sumária, não deu nenhum resultado, a não ser suicídio natural. Nas Memórias de um diretor, Moncharmin, que era um dos dois diretores, sucedendo aos Srs. Debienne e Poligny, relata assim o incidente do enforcado:
"Um fatídico incidente veio perturbar a festinha que os Srs. Debienne e Poligny estavam oferecendo a si mesmos para celebrar a sua saída. Estava no escritório da direção quando vi entrar de repente Mercier — o administrador. — Ele estava transtornado ao me informar que tinham acabado de descobrir, enforcado no terceiro patamar abaixo do palco, entre o suporte e um cenário do Rei de Labore, o corpo de um maquinista. Eu exclamei: ‘Vamos desamarrá-lo!’ O tempo que eu levei para descer pela escadaria e para tirar a escada do suporte, o enforcado já estava sem a sua corda!"
Aí está uma ocorrência que o Sr. Moncharmin acha natural. Um homem está enforcado na ponta de uma corda, alguém vai desamarrá-lo e a corda desaparece. Oh! O Sr. Moncharmin encontrou uma explicação bem simples. Ouçam-no: "Estava na hora da dança, e coriféias e constas tinham tomado as suas precauções contra o mau-olhado". Ponto final. Vocês estão vendo daqui o corpo de baile tirando a escadinha do seu suporte e distribuindo entre si a corda de enforcado em menos tempo do que se leva para escrever. Não é sério. Quando penso, pelo contrário, no lugar exato onde o corpo foi encontrado — no terceiro patamar debaixo do palco —, imagino que podia haver em algum lugar algum interesse no desaparecimento dessa corda depois que ela tivesse feito o seu serviço e veremos adiante se não tenho razão para ter essa imaginação.
A sinistra notícia espalhou-se depressa de alto a baixo da Ópera, onde Joseph Buquet era muito estimado. Os camarins se esvaziaram, e as pequenas bailarinas, agrupadas em torno de Sorelli, como carneiros medrosos em torno do pastor, tomaram o caminho da academia, através dos corredores e das escadarias mal-iluminadas, trotando com toda a pressa com as suas patinhas cor-de-rosa.

Esclarecimento: A Web Novela não foi postada ontem por motivos tecnicos.

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